Gestão pública que o PT promete aos brasileiros representa atraso social avassalador

Estranho ver tanto empenho e fanatismo por parte dos petistas para “tomar o poder”, com argumentos e narrativas catastróficas sob os rumos que o Brasil estava seguindo sob Jair Bolsonaro — derrotado por um científico discurso de ódio. Acontece que, até agora, com um mês na Era Lula III, a autoproclamada “esquerda socialista” não apresentou, objetivamente, um programa de governo estruturado. Em toda entrevista que dá, o presidente Lula fala insistentemente sobre o antecessor. Parece uma fixação, com comentários que não abandonam o tom de campanha. Para um analista desavisado, parece que Lula ainda não acredita que assumiu a Presidência do Brasil. SQN! Já gastou fortunas em hotéis (como o PT sempre fez), comprou móveis caros para “seu” Palácio da Alvorada, criou mais ministérios (37 no total) para agradar e agraciar seus parceiros de politicagem (exceção honrosa ao ex-senador Roberto Requião, que pleiteou um, ficou sem Itaipu Binacional e, até o momento, não foi convidado para nada que lhe agrade).

Grave: não prevalecem os critérios técnicos para as nomeações. Desprezo total e absoluto sobre “governança corporativa ou institucional”. Alguém poderia explicar quais os atributos técnicos para Lula indicar a companheira Dilma Rousseff para ser “banqueira” (ops, “presidenta”) do New Development Bank (NDB, o Banco dos Brics), com salário mensal de quase R$ 300 mil? Outra dúvida cruel: se Lula alega que enxergava um país onde os trabalhadores estavam fora das prioridades dos governos não-petistas, como explicar R$ 10 bilhões para a Lei Rouanet em vez de economizar grana para direcionar para programas geradores de postos de trabalho efetivos e renda? Aliás, o desemprego começa a assombrar novamente a vida dos brasileiros. A desaceleração da economia já é visível e gritante. Demissões em massa em todos os setores da economia. Mas Lula afirma que não se importa muito com o que pensa o mercado.

A volta dos impostos sobre combustíveis já alimenta uma inflação que todos sabemos ser estrutural aqui no Brasil. Culpa das centenas de “cartórios” estatais criados para dar lucros, dividendos e mordomias para os amigos e aliados. Quanto mais Estado e poder público existir, mais regulações que beneficiam os negócios dos “companheiros”. Afinal, quanto mais dificuldade criada, mais corrupção é vendida como solução para gerar “facilidades”. Lula reclama da taxa de juros, mas não quer nem ouvir falar em teto de gastos e uso mais racional do dinheiro público. Ao contrário, está criando tantos ministérios e cargos para os “ditos amigos” que será uma conta amarga para os trabalhadores brasileiros pagarem. A gestão pública que o PT promete aos brasileiros representa o atraso social mais avassalador que existe. Clientelismo, fisiologismo, toma-lá-dá-cá de políticos, aparelhamento fascista de toda a máquina pública e absoluto desrespeito aos critérios constitucionais de publicidade, transparência e impessoalidade.

Felizmente, os quase 100 milhões de eleitores que não votaram em Lula estão atentos e mobilizados. Não reconhecem essas práticas de governo como saudáveis, honestas nem republicanas. O desdém institucional que Lula e seu governo anunciam aos brasileiros deverá ser combustível de um tsunami político-partidário. Estamos em fevereiro de 2023, completando o segundo mês de governo, e provavelmente nenhum candidato a prefeito de capital com boas chances iria querer Lula no seu palanque. Tamanho o desgaste de um (des)governo que apenas inicia seu mandato. Pela esclerose antecipada, parece que o PT está há muito mais tempo no poder. Um partido que encara seu quinto mandato presidencial não deveria atuar com tamanha inoperância, digna de iniciante. Vide o estranho absurdo que ocorre com a reativação do esquema de carros pipas e o desligamento de bombas que fazem a transposição de águas do Rio São Francisco para vencer a seca no Nordeste.

Falhas (ou sabotagens) incompreensíveis como essas provocam a força de mobilização democrática de uma necessária oposição programática e construtiva. O brasileiro descontente com seu governo vai reagir a tempo? A baixa confiança nas principais instituições da República é um péssimo sinal. Recuperar essa credibilidade pode levar tempo. E como temos eleições a cada dois anos, algumas instituições vão enfrentar a ira e revolta populares. O eleitor tende a escolher todos que estiverem indignados com os tropeços nazicomunofascistas que ocorrem em função do extremismo ideológico ou da intencional fraqueza moral da “companheirada”, sempre louca para aparelhar e pilhar a máquina estatal.

A maioria dos brasileiros tem pressa para resolver tanto problema estrutural antigo, com velhas falhas e incompetências que se repetem historicamente. Ainda bem que a internet não esquece. E a memória do povo brasileiro também começa a funcionar melhor. Sorte que, em qualquer República que se preza, o poder emana do povo, principalmente da vontade política da classe média, que é empreendedora e deseja, sinceramente, mudanças para melhor. Esse segmento é o protagonista da oposição concreta ao regime proposto pelo PT. Exatamente por isso, os segmentos médios da sociedade terão de criar resiliência para suportar os persistentes ataques políticos de Lula. Mais ainda: terão de contra-atacar, turbinando a pauta propositiva na defesa da liberdade, do aprimoramento do sistema eleitoral, da redução de impostos e da utilização produtiva do dinheiro público para gerar progresso, emprego e renda. O Brasil necessita de um concreto Projeto Estratégico de Nação — que Bolsonaro ficou devendo. Eis o papel da oposição a Lula.