Governança é prioridade para empresas familiares no Brasil

Mais da metade das empresas familiares no Brasil (53%) veem como prioridade atender boas práticas de governança corporativa, relacionando-as como fator de extrema importância para o sucesso dos negócios. A conclusão é da primeira edição do estudo A Governança Corporativa nas Empresas Familiares, realizado pelo ACI Institute, instituto de governança corporativa da KPMG.

O levantamento foi realizado com cerca de cem entrevistados de 15 estados e diferentes setores.

Entre as boas práticas de governança estão a criação de conselhos de administração, a inclusão de conselheiros independentes, ou ainda a formalização de acordos de acionistas. Segundo a pesquisa, mais de 60% das empresas também possuem um conselho de família ou órgão equivalente constituído.

O estudo também identificou pontos fontes entre esse tipo de empresa, sendo a rapidez e a flexibilidade na tomada de decisões o principal para 44% delas. Outros pontos fortes que aparecem no estudo são o foco no negócio (34%), tanto na frente estratégica quanto operacional, seguido da marca forte ou presença de mercado (33%) e o engajamento dos colaboradores (31%).

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As empresas familiares ouvidas também mostraram grande preocupação com a implementação de um processo de sucessão capaz de assegurar o legado do negócio e também os valores da família. A preparação e a capacidade demonstrados pelos sucessores foi apontado por mais da metade (52%) dos entrevistados como fator extremamente importante para o sucesso de longo prazo da empresa.

“O processo de sucessão é estratégico e fundamento base para a perenidade dos negócios em qualquer companhia. Nas empresas familiares, a questão se torna ainda mais complexa, pois não se limita apenas ao encerramento de um ciclo e início de outro, mas envolve os membros da família, diferentes perspectivas, relacionamentos, legado e, por fim, define o rumo que o empreendimento familiar vai tomar ao longo dos próximos anos – o que nem sempre é fácil de definir”, analisa o sócio de consultoria em riscos e governança corporativa e CEO do ACI Institute e do Board Leadership Center da KPMG no Brasil, Sidney Ito.

Investimentos e contratações são esperados

As empresas familiares no Brasil também se mostraram otimistas com o futuro, com a maioria dos entrevistados relatando aumento na quantidade de funcionários (58%), investimentos (81%), receita de venda (86%) e lucratividade (75%). A única exceção se refere ao crescimento na abrangência geográfica dos negócios, aspecto que dividiu 50% dos entrevistados.

“De maneira geral, a análise dos dados aponta para um cenário de otimismo por parte dos empreendedores familiares, apesar das adversidades enfrentadas nos últimos anos – herança do pós-pandemia, impactos na cadeia de suprimentos, cenário político polarizado, para elencar alguns. Vemos ainda um forte empenho em manter vivo o legado da família ao mesmo tempo em que buscam inovação e preparam a empresa para um mercado competitivo e altamente incerto”, afirma a sócia-diretora do ACI Institute e do Board Leadership Center da KPMG no Brasil, Fernanda Allegretti.

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