Jornalista dos EUA é preso na Rússia por suspeita de espionagem

O jornalista dos Estados Unidos, Evan Gershkovich, que atua no jornal norte-americano The Wall Street Journal foi preso na Rússia por suspeita de espionagem; Sua pena é de dois meses. “Por decisão do tribunal de Lefortovo de Moscou em 30 de março de 2023 sobre Gershkovich E., foi escolhida uma medida preventiva de detenção até 29 de maio de 2023”, disse o tribunal em comunicado. Sua detenção pode ser prolongada no final desse período. O Serviço Federal de Segurança (FSB) russo indicou que, o jornalista “frustrou as atividades ilegais do cidadão americano Evan Gershkovich (…) correspondente do escritório de Moscou do jornal americano The Wall Street Journal”, a quem acusa de “espionar para o governo dos EUA”. O Kremlin garantiu, sem revelar detalhes, que Evan Gershkovich foi “pego em flagrante”. Segundo agência TASS, o jornalista se declarou inocente das acusações. O Wall Street Journal, que afirmou estar “profundamente preocupado com a segurança” de Gershkovich, negou as acusações contra seu repórter e pediu sua “libertação imediata”.

Os Estados Unidos condenaram a prisão do jornalista americano. Autoridades americanas disseram que estavam em contato com a família do jornalista detido, Evan Gershkovich, e que tanto o jornal quanto o Departamento de Estado haviam contatado a Rússia. “A perseguição de cidadãos americanos pelo governo russo é inaceitável. Condenamos a detenção do Sr. Gershkovich nos termos mais fortes”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em um comunicado. “Quero reiterar veementemente que os americanos devem prestar atenção ao aviso do governo dos EUA para não viajar à Rússia. Cidadãos americanos que residam ou estejam em viagem na Rússia devem sair imediatamente”. O presidente Joe Biden foi informado sobre a prisão, segundo a Casa Branca. O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, em nota, relacionou a prisão à repressão da imprensa na Rússia, cuja relação com Washington se deteriorou gravemente desde a invasão da Ucrânia. “Condenamos nos termos mais fortes possíveis as contínuas tentativas do Kremlin de intimidar, reprimir e punir jornalistas e vozes da sociedade civil”, declarou.

 

Estima-se que Gershkovich possa ser o primeiro jornalista estrangeiro preso por suspeita de espionagem na Rússia pós-soviética. Antes de trabalhar para o Wall Street Journal a partir de 2022, Gershkovich, que fala russo com fluência, trabalhou para a AFP em Moscou e, anteriormente, para o The Moscow Times, um site de notícias em inglês. Sua família emigrou da Rússia para os Estados Unidos quando ele era criança. O crime de espionagem pode ser punido na Rússia com penas de 10 a 20 anos de prisão, de acordo com o artigo 276 do Código Penal. Segundo a analista política russa independente Tatiana Stanovaya, a FBS pode ter feito o jornalista “como refém” para uma possível troca de prisioneiros. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Riabkov, disse que é necessário ver “como este caso evolui”, após ser questionado sobre uma possível troca de prisioneiros.

 

Rússia ordena dois meses de prisão para jornalista americano acusado de ‘espionagem’