Justiça determina transferência de ex-bombeiro envolvido em morte de Marielle para presídio federal

A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva e a transferência do ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa, conhecido como “Suel”, suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi tomada pela 4ª Vara Criminal da capital carioca e leva em conta as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que apontam a ligação do ex-bombeiro com o caso. Na decisão, o juiz determinou que Maxwell deve ser transferido para um presídio de segurança máxima fora do Estado. Até lá, ele deve ficar preso no presídio de Bangu I. “[…] Por todos esses motivos decreto, com base no Código de Processo Penal a prisão preventiva de Maxwell Simões Correa, com validade de 20 anos para um estabelecimento penal federal de segurança máxima, a ser indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça”, diz a decisão.

As provas que levaram à decisão e indicaram a participação de Maxwell tiveram como base a delação premiada do ex-policial Élcio de Queiroz. A relação entre Maxwell e Ronnie Lessa, preso e acusado de disparar contra o carro em que Marielle e Anderson estavam. O ex-bombeiro teria participado da troca de placas do veículo usado no crime e jogado fora cápsulas e munições utilizadas no assassinato. Além disso, ele teria atuado para garantir desmanche do carro. Élcio diz que Maxwell seria responsável por manter financeiramente sua família, além de arcar com sua defesa, no intuito de evitar o rompimento entre as partes. O patrimônio do ex-bombeiro é incompatível com sua condição financeira e investigações apontam participação em organização criminosa.

Na segunda-feira, 24, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que Élcio confessou ter dirigido o carro que foi usado no crime e afirmou que Lessa foi o responsável por disparar contra Marielle e Anderson. “Nós respeitamos todas as investigações ocorridas, mas essa operação com as polícias permitiu mais união. Esse elemento é decisivo. Com a colheita de novas provas, ocorreu a delação premiada do Élcio, que abre nova esperança. E acrescenta essa participação decisiva de Maxwell. É indiscutível que o crime tem a ver com as milícias, mas até onde vai isso, não sabemos”, afirmou o ministro.