‘Liderança é consequência da transformação nos negócios’, diz Manuel Landeiro, do Grupo SADA

Manuel Landeiro, CIO do Grupo SADA

O mundo está mais dinâmico. Não apenas a liderança, mas o cenário como um todo, pois as empresas estão mais aceleradas. “Nesse contexto, a liderança é a consequência do que vemos, do que a TI já falava, da transformação do mundo dos negócios”, reflete Manuel Landeiro, CIO do Grupo SADA, em entrevista ao IT Forum.

Ele exemplifica esse cenário contando sobre o momento atual do Grupo que, com oito segmentos de atividade e 47 empresas, o principal negócio é em transporte e logística. Segundo ele, o mercado de veículos está mudando, incluindo a forma de comercializar carros. Se antes as vendas eram feitas entre montadoras e concessionárias, agora as locadoras são um dos agentes mais importantes nessa equação.

Para melhor atender esses clientes, Landeiro foi um dos líderes de um projeto chamado PDI on track, para a preparação dos veículos que são vendidos às locadoras. Um dos principais desafios é o número de carros (algumas vezes, as empresas compram 300 carros diferentes e o Grupo precisa entender o que fazer em cada um deles).

“Precisávamos receber qual a montagem de cada cliente, no menor tempo possível e era algo que não tínhamos um processo, era tudo manual, por ser algo manual. Digitalizamos esse processo. O projeto envolveu um trabalho com operações, com o cliente e com as áreas de controle. O cliente manda o tapete dele, por exemplo, e eu tenho de aplicar. Por questão fiscal, eu tenho 180 dias, senão há ICMS no material. Ainda há outros detalhes nesse processo”, explica.

Ouça também: Liderança de Alexandre Maioral, presidente da Oracle Brasil, preza por empoderar pessoas

Segundo ele, a complexidade do projeto tanto ocorre, pois, parte das montagens é feita internamente e outras por terceiros. O Grupo SADA, por exemplo, não pode emplacar os carros, é preciso de um despachante. “Ter um processo ágil é muito valioso pois, em uma locadora, cada dia antes que eu entrego o carro, é uma diária de locação que ele tem”, comenta Landeiro.

Mas, isso só foi possível, pela proximidade de Landeiro com outras áreas da empresa, como a de operações. “As lideranças precisam acompanhar isso e fazer com que isso desça. Nosso desafio é ter pessoas que conheçam do negócio, não adianta só conhecer TI. Você precisa conhecer a técnica, mas se não conhece o negócio, a conversa fica muito longe”, alerta .

De acordo com o CIO do Grupo SADA, é nítido que, se não houver essa conversa, a área de tecnologia não terá protagonismo na organização. Conhecer as operações e os negócios é essencial para essas discussões e para poder propor coisas, não só receber demandas.

“Essa é liderança no caos. É essa a complexidade. Você tem pessoas de todas as gerações: os mais tradicionais e os com pensamentos digitais. Tem os que nasceram no digital e são megaconectados. Eles já pensam no processo digital, não pensam em papel. Somar esses mundos é muito positivo. Trazer o ponto de vista mais digital, respeitando o nosso know how, o conhecimento operacional”, pondera o CIO do Grupo SADA.

Quem está fazendo isso bem tem destaque e consegue fazer um produto ou serviço melhor, atendendo melhor o seu cliente, diz Landeiro. Entretanto, para isso, é preciso priorizar. Ele cita as palestras do ex-técnico da seleção de vôlei, Bernardinho, que fala sobre foco.

“São escolhas, você tem oito horas de trabalho e tem de escolher as prioridades. Tempo não tem, ninguém vai ter. Eu tenho uma agenda para conversar com diretor de operações. Toda vez que estou nas operações eu vou andar no pátio para acompanhar, senão eu não conheço a minha empresa. Meu time tem meta de conhecer as operações para melhorar as conversas”, finaliza Landeiro.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!