Luiz Philippe de Orleans e Bragança diz que ‘Centrão precisa morrer’

Nesta segunda-feira, 6, o programa Pânico recebeu o parlamentar Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Em entrevista, ele comentou sobre o novo governo Lula e afirmou que a oposição enfrenta um desafio na Câmara dos Deputados. “É uma enxurrada de besteira que está vindo do governo, de todos os fronts. Você precisa de uma organização à altura desse desafio, toda semana a gente está evoluindo. O deputado sozinho não faz nada. Muito mais que um grupo de deputados, você precisa ter um partido que articule com outros partidos e com a mídia, também ativistas vinculados a deputados ou a um partido”, afirmou. Bragança fez comparações e criticou o papel do Centrão no Poder Legislativo. “Uma escadinha vertical é o que a esquerda tem. Na direita, a militância é individual, e o partido, de aluguel. A opinião pública está muito evoluída, a cobrança está muito alta. Precisa extrapolar [a cobrança] para o Centrão, deputados que não necessariamente são de opinião como eu. Esse fenômeno do Centrão, no Brasil, não é nem direita, nem esquerda: é dinheiro, emendas. Esse Centrão precisa morrer. Precisa da criação de novo centrão, de fato ideológico”, opinou.

Luiz Philippe também comparou a movimentação institucional e popular entre partidos. Para ele, a direita possui uma vantagem nos atos de rua. “Os partidos de esquerda são mais organizados, com mais aberturas democráticas dentro deles. A democracia é para eles, com a visão deles. Os partidos de centrão, de direita, ainda precisam se adequar a essa realidade. Não estou vendo a esquerda na rua, depois de 2016 eu não vi. A mobilização espontânea é o pessoal conservador”, disse. O parlamentar ainda criticou o populismo e opinou sobre Jair Bolsonaro. “Os países mais ricos são parlamentaristas. Você tem centro-esquerda, centro-direita. Uma estabilidade muito maior. Quando você discute políticas públicas, nunca sai muito fora dessa realidade. O populismo sai do que é real, valoriza o ideal, que é muito desestabilizador. Jair Bolsonaro foi muito populista, como boa parte dos presidentes brasileiros foram”, concluiu.