Lula quer discutir juros de consignado e volta a criticar Campos Neto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 27, que irá convocar presidentes de bancos para discutir a taxa de juros no crédito consignado, juntamente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Ele também voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da taxa Selic em 13,75%. Lula deu as declarações durante sua live semanal, transmitida na manhã desta terça-feira, 27, ao comentar os juros do Plano Safra, que será anunciado logo mais, em evento no Palácio do Planalto. Segundo o presidente, os juros ao crédito rural serão em média de 10% ao ano. “O juro, crédito consignado, que é dado pra pessoa que tem emprego garantido, é 1,97%. Juro sobre juros dá quase 30% ao mês. Como é que um cara que ganha 2 mil reais pega mil no crédito consignado pra pagar 30% ao mês e eu estou emprestando dinheiro pros grandes a 10% ao mês? O deles também é caro, mas esse aqui é triplamente caro. Então esse aqui eu vou conversar com Haddad, vou conversar com os presidentes dos bancos pra saber como que a gente tá levando o povo pobre nisso”, disse.

Lula ainda repetiu críticas à política monetária adotada pelo Banco Central e Campos Neto. Na última quarta-feira, o Conselho de Política Monetária Nacional (Copom), vinculado ao BC, manteve pela quarta vez seguida a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%. “Ontem fiquei indignado, ontem eu estava discutindo o Plano Safra. O Plano Safra será R$ 364 bilhões, há uma média de 10% de juro ao ano. É caro, é muito caro, esse juro poderia ser mais barato. Mas é que tem um cidadão no Banco Central, que a gente não sabe quem pôs ele lá, que traz um juro de 13,75%”, disse, em nova crítica a Campos Neto.