Ministro da Agricultura e empresários devem manter agendas na China mesmo sem Lula; Pacheco, Silveira e Haddad ficam no Brasil

Apesar da ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva devido a um quadro de broncopneumonia, o governo brasileiro terá reuniões com a China neste final de semana. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está no país asiático desde segunda-feira, 20, e deverá manter sua agenda por lá. Farão o mesmo empresários brasileiros que participariam da comitiva petista. Mais de 200 representantes de diversos setores da economia brasileira estão no país asiático. “A programação empresarial paralela deve ser mantida”, informou o Palácio do Planalto. Fávaro, inclusive, já iniciou sua agenda e participou ontem de seminários, reuniões e encontros em busca de novas oportunidades econômicas entre os dois países. “Falamos de oportunidades de crescimento, de novos produtos para nossos negócios, da geração de novos empregos. Foi um dia de reuniões preparando protocolos que vão ser assinados pelo presidente Lula e o presidente da China, Xi Jinping”, disse o ministro, ainda sem saber que Lula não viajaria.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua visita a Pequim após a notícia de que Lula não poderá embarcar. Os dois esperavam aparar as arestas após o presidente decidir adiar a entrega do arcabouço fiscal (novo conjunto de regras que substituirá o teto de gastos) ao Congresso. A intenção do presidente era fazer a apresentação após a viagem. O adiamento refletiu na reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom), que manteve a taxa básica de juros em 13,75%. Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, também decidiram ficar no Brasil após o cancelamento da missão presidencial. Arthur Lira, presidente da Câmara, e Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, já haviam cancelado a viagem. O primeiro vai acompanhar a Marcha dos Prefeitos na segunda-feira, 27. Já Randolfe escutou de Lula um pedido para articular soluções para findar a crise das Medidas Provisórias, que estremeceu relações entre Câmara e Senado.

*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor