Tuberculose preocupa o país após recorde de mortes em 2021 e explosão de casos no ano passado

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançou a Campanha Nacional de Combate à Tuberculose. A pasta divulgou o compromisso de eliminar a doença no país até 2030. “É com essa diretriz que estamos trabalhando. Creio que, com muito esforço do governo, dos secretários estaduais e municipais de Saúde, poderemos alcançar esta meta”, disse a chefe da pasta. Segundo dados do ministério, a doença voltou a crescer no Brasil em 2022. Foram cerca de 78 mil casos registrados — um aumento de quase 5% em relação a 2021, ano de recorde de mortes (5.072 casos fatais, uma média de 14 óbitos por dia). No Brasil, a tuberculose é a principal causa de morte de portadores do vírus HIV e a segunda doença infecciosa que mais mata no mundo. A doença atinge principalmente as populações mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua, indígenas, refugiados e pessoas com HIV. Na sexta-feira, 24, foi comemorado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose.

O ministério se comprometeu a reduzir o coeficiente de incidência da doença em 90% (além de diminuir o número de mortes em 95%). “É importante mencionar que a ação de combate à tuberculose não pode ser vista como setorial, ou seja, como ação de um único ministério. Não só precisamos dessa aliança na saúde, mas também de ações interministeriais, o que está na pauta do nosso governo. No caso da tuberculose e de outras questões de saúde, isso é fundamental”, declarou Trindade. O objetivo é aumentar a cobertura vacinal da BCG e a ampliação do acesso ao diagnóstico e à prevenção da doença por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Vamos voltar a ser produtores [da vacina BCG] em 2024. Temos hoje uma ação da Fiocruz e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná nesse sentido. E nosso programa nacional de imunização já fez todas as providências para que não haja falta da vacina.” A transmissão da tuberculose ocorre pelo ar. O teste para diagnóstico é oferecido de forma gratuita nas unidades básicas de saúde.

*Com informações da repórter Letícia Miyamoto