‘Pelo amor? Foi pela dor que descobri que somos o que comemos’: Conheça cinco armadilhas que não te contaram sobre alimentação

Foi com a dor de ter um corpo inflamado e com o risco de sofrer doenças gravíssimas que descobrir que a máxima do “somos o que comemos” é a mais pura verdade. Recentemente, a mais dura das descobertas por um exame genético de sangue revelou intolerância ao glúten, o que me obrigou a mergulhar em um mundo desconhecido: passei a ler rótulos e me preocupar verdadeiramente com minha alimentação. Sim, somos uma máquina perfeita que precisa de um combustível de boa qualidade, quando já estamos, digamos assim, mais rodados. Com tanta informação do que é certo e errado, cheguei a uma conclusão que quero dividir com vocês: a medicina integrativa é uma benção em nossas vidas. Mais do que isso, é preciso procurar profissionais sérios para tomar a decisão que tive que tomar porque o exame apontou o problema e não um achismo.

Enfim, chega de papo, vamos ao tema de hoje. Diante de tantas incertezas, ouvi especialistas que alertaram quais são as cinco armadilhas da alimentação que precisamos implantar para nos distanciarmos de doenças, vivermos melhor e de maneira saudável. De todas, uma deve servir pra sua rotina, certo? “Além de serem os responsáveis por grande parte das doenças, os indesejáveis pneuzinhos que insistem em estacionar na barriga são os grandes incômodos de homens e mulheres. As trocas simples são as mais fáceis e as que mais surtem efeito e é possível fazer isso desde o café da manhã até nos principais deslizes dos finais de semana”, diz Ana Luiza Vilela, médica nutróloga. Para Karol Soares, nutricionista clínica funcional do Espaço Lorien, é possível, após iniciar algumas trocas, perceber os benefícios da boa alimentação, ou seja, é possível fazer dieta e ser feliz. “Converse muito com o profissional que está te ajudando, fale sobre suas preferências alimentares, sua rotina e o que você não vive sem. O papel do profissional de saúde vai além de ajudar as pessoas a emagrecer. É preciso fazê-las acreditar no processo e ter esperança naquilo que virá, assim será realizada uma mudança efetiva até chegar uma hora em que não é preciso mais fazer sacrifícios”, declara. Vamos às dicas?

A verdade sobre o arroz com feijão

“O arroz e o feijão são alimentos saudáveis que se complementam super bem, fornecendo energia e proteínas importantes para o nosso corpo. Não se pode dizer que a combinação desses alimentos, de forma isolada, engorda. Se você comer muito mais do que precisa ao longo dos dias, vai engordar e, nesse caso, dificilmente será culpa apenas do arroz e do feijão que, inclusive, podem fazer parte da sua dieta. Sua dieta tem que começar com o básico. Comida de verdade, comida da terra e não precisa pesar no bolso”, ensina Karol.

Bebidas fazem estufar?

“As que contém gás na composição são grandes responsáveis pelo inchaço na região do abdômen – além de gerarem desconforto. Troque por chás em versões quentes e geladas, que possuem ainda ação antioxidantes em alguns tipos, mas não exagere no açúcar na hora de adoçar. A boa e velha água sempre funciona e pode ser consumida em versões aromatizadas naturalmente. No happy hour ou em uma festa prefira os destilados no lugar da cerveja e dê preferência para as misturas que podem ter mais gelo do que bebida alcoólica no copo. Mas cuidado, as bebidas alcoólicas em geral possuem alto índice calórico e podem gerar inflamação”, destaca a médica.

Tapioca é saudável? Depende

De acordo com a nutricionista, é preciso avaliar com cuidado. “A tapioca pode ser mais saudável que um pão francês, porque não contém glúten. Grande parte das pessoas pode ter sensibilidade ao glúten, algo que pode justificar a troca do pão pela tapioca. Pensando em emagrecimento, essa troca não é tão boa assim porque geralmente uma unidade de pão francês tem metade da quantidade de carboidrato que uma tapioca comum, então, dependendo do recheio, essa é uma opção bem calórica, percebe? Vai de caso a caso”, explica.

Carboidrato após as 18h ou à noite, pode? Sim!

Segundo a doutoura Ana, é preciso ter cautela no consumo, mas ele não está proibido. “A dica que dou é: por que consumir alimentos em partes, se temos a opção das versões inteiras? Os carboidratos integrais são ricos em fibras que favorecem o trânsito intestinal, essencial para diminuir a barriguinha. É preciso ficar de olho na forma como vai consumir – acompanhamentos, molho, por exemplo – e não só tornar o carboidrato como vilão”. Karol concorda e ainda acrescenta: “Os carboidratos provenientes de alimentos da terra não vão te fazer mal se consumidos com equilíbrio, já que os carboidratos são a nossa principal fonte de energia, quando consumimos, o corpo relaxa, podendo melhorar até a qualidade do seu sono. O segredo é saber a quantidade ideal para cada um”.

A saga do pão e dos lanches

“Quem disse que por estar de dieta não pode? Como já falei, a preferência pelos integrais prevalece nos casos em que não há algum tipo de intolerância. O essencial é não deixar que embutidos entrem na geladeira. Eles retém líquidos e contêm sódio na composição – o que aumenta o processo inflamatório na região da barriga. Prefira os queijos brancos para fazer um lanchinho”, fala Vilela. “Acho que essa história de pão ser vilão está caindo. Pensando em calorias, um pão por dia, em um contexto de alimentação saudável, não pode ser responsável pelo ganho de peso de forma isolada. As pessoas ganham peso porque a base da alimentação está inadequada e o consumo de industrializados, açúcar, pizza, hambúrguer, embutidos e refrigerante é exagerado. Aí querem culpar o ‘pãozinho’. Se o problema do ganho de peso fosse um pão na chapa, já estaria mais do que resolvido”, brinca a nutricionista.

A médica ainda dá mais uma dica de lambuja: “Troque sal por pimenta e tenha benefícios. Os temperos tem uma importância essencial na alimentação e com esse truque, você vai consumir menos sal. Além de ser termogênica, quando tem mais pimenta no prato é sinal de que há menos necessidade de sal e assim diminui também a retenção de liquido”. A especialista finaliza: “Para ter saúde física você precisa de uma dieta super bem calculada (por uma nutricionista) para as suas necessidades fisiológicas, garantindo que não te falte nutrientes essenciais. Já para ter saúde mental, você precisa tentar fazer as pazes com a comida e se permitir (mesmo durante a dieta) comer algo diferente e que te conforte com equilíbrio e sem culpa”.