Polícia Federal faz operação contra grupo suspeito de fornecer 43 mil armas para as principais facções do país

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 5, a Operação Transloading, visando desarticular um grupo criminoso especializado no tráfico internacional de drogas e armas de fogo, suspeito de fornecer 43 mil armas para os líderes das principais facções criminosas do Brasil. A organização atuava em vários Estados, transportando materiais ilícitos da fronteira até o Nordeste do Brasil. A ação resultou no cumprimento de 37 mandados de prisão preventiva e 52 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Piauí. Com a participação de 180 policiais federais, a execução das ordens ocorreu nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba e Piauí, além do Distrito Federal.

Iniciadas no final de 2022, as investigações identificaram distribuidores e comerciantes de drogas no Piauí, Maranhão e Ceará, utilizando sítios e imóveis rurais para armazenar entorpecentes da Bolívia e Paraguai, comercializando-os em Teresina, Imperatriz (MA) e Fortaleza. Parte dos envolvidos tem ligações com facções criminosas nos três Estados. Na segunda fase, a operação focou no grupo logístico da associação criminosa, responsável pelo transporte da droga pelas rodovias do país. Nesse estágio, dez caminhoneiros foram detidos no Piauí, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Paraíba, e cerca de 3 toneladas de entorpecentes (maconha e cocaína) foram apreendidas.

Os principais líderes e fornecedores de drogas foram identificados em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, de onde comandavam as operações e enviavam os entorpecentes para o Nordeste. Evidências de tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições foram coletadas. Além dos membros operacionais e logísticos do grupo criminoso, diversas pessoas físicas e jurídicas foram usadas para movimentar os valores ilícitos. O bloqueio e sequestro de valores na ordem de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados foram deferidos, assim como a apreensão de veículos em posse do grupo.

Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições, entre outros em apuração. Após interrogatório, os detidos serão encaminhados aos sistemas penitenciários estaduais, permanecendo à disposição da Justiça. O nome da operação (Transloading) faz referência à transferência de mercadorias entre diferentes meios de transporte durante o trajeto até seu destino, simbolizando o modus operandi do grupo criminoso, que utilizava transporte terrestre, fluvial e aéreo para realizar a cadeia ilícita do tráfico internacional de drogas e armas de fogo.