Políticos de esquerda e direita concordam ao criticar invasões do MST por todo o Brasil

O Abril Vermelho, com invasões de propriedades rurais pelo Movimento Sem Terra (MST) em todo o país consegue unir esquerda e direita em críticas contra as ações. O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), diz que a motivação tem cunho político: “Me parece muito mais uma ação política do que uma ação que, de fato, queira ter algum resultado prático”. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), rechaça as ações e afirma que é preciso construir políticas de reforma agrária. “É fundamental que o Brasil possa ter tranquilidade no campo, segurança jurídica, segurança à propriedade de terra. E, por um lado, deve-se combater toda e qualquer ilegalidade, seja de quem parta. Por outro lado, o governo brasileiro deve instituir, junto com os Estados, políticas de reforma agrária que não apenas garantam terra como também possam permitir produção para estas localidades”, defendeu Barbalho. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) engrossa o coro e condena os atos: “Na hora que o movimento ocupa uma sede da Embrapa, uma área da Embrapa, ele perde apoio político, na hora que ocupa a sede do Incra também. E é também um processo de reflexão na hora que ocupa propriedades produtivas. Então, o momento exige uma reflexão do movimento e exige um processo mais acelerado de políticas públicas na área de política agrária”.

Isabela Teixeira, ex-ministra do meio ambiente do governo Dilma Rousseff, disse que o caminho é racionalidade e diálogo. “Invasões de terra, invasões de propriedades públicas, instituições públicas, como a Embrapa, isso dificulta  diálogo político, dificulta a construção de soluções. Eu sou uma pessoa que sempre lutei pelo diálogo e acho que o movimento, como outros movimentos da terra, deveriam estar discutindo, procurando espaço público, não gerar nenhum antagonismo à sociedade. Eles estão lutando por direitos, mas também têm deveres”, disse. O MST invadiram uma unidade da Embrapa em Petrolina, Pernambuco, e do Incra em Minas Gerais. Eles ainda entraram em fazendas produtivas de outros sete Estados. Os governadores e a ex-ministra participam da Brazil Conference, que reúne empresários e autoridades em Londres, capital da Inglaterra.