Por rompimento com Enel, Nunes vai à Brasília dialogar com TCU
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e sua equipe, desembarcam na quarta-feira, 31, em Brasília para um audiência com Bruno Dantas, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União). O tema da conversa é a Enel. Segundo interlocutores do prefeito, o objetivo é pedir ao TCU que exija da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) os dados do contrato de concessão com a Enel. Com os números em mãos, Nunes quer identificar possíveis descumprimentos de termos e, assim, encontrar meios de romper com a empresa de energia elétrica. “Queremos encontrar uma medida legal que possibilite o rompimento da concessão com a Enel”, explica um auxiliar. A ideia é que alguns deputados federais também participem da conversa, que deve acontecer no período da tarde.
A Enel tem contrato fechado para fornecer energia para São Paulo até 2028. O problema entre a concessionária e a Prefeitura de São Paulo começou em novembro de 2023, quando fortes chuvas atingiram a capital deixando pessoas por até sete dias sem luz. As quedas na rede voltaram a ocorrer em dezembro e em janeiro deste ano, e Nunes já chegou a chamar o presidente da Enel de “mentiroso”. De lá para cá, a Prefeitura de São Paulo pediu à Aneel o cancelamento do contrato de concessão da energia elétrica da cidade de São Paulo com a Enel – já que a empresa está sob concessão federal. Além disso, no dia 9 de novembro, a Prefeitura entrou com uma ação na Justiça obrigando a Enel a apresentar um plano de contingência e um cronograma preventivo para o período de chuvas. O prefeito Ricardo Nunes disse que o plano não foi cumprido.
Enel tem peso eleitoral
Aliados de Nunes enxergam o tema como importante, também, para a eleição de 2024. Recentemente, em evento em que recebeu o apoio do deputado federal Paulinho da Força e do partido dele, Solidariedade, o prefeito de São Paulo foi cobrado, na frente de sindicalistas, pelo rompimento do contrato. Na data, Ricardo Nunes explicou ao público que a decisão depende da Aneel e do governo federal, mas a leitura de interlocutores é que, se o prefeito conseguir “resolver a questão”, pode ganhar pontos com o eleitorado. Por isso, é esperado que ele suba o tom e as ofensivas contra a empresa nos próximos meses.
