‘Saúde mental e a prática de sexo estão tão interligadas que uma depende da outra’, diz especialista de empresa erótica familiar

Sim, vamos falar de sexo – e sem tabus. Afinal, hoje a saúde mental e sexual estão interligadas, provando que o bem-estar na cama e fora dela são essenciais. “Diversos fatores são responsáveis para uma saúde mental plena e saudável: a prática do sexo e uma sexualidade bem resolvida são partes importantes para um bem-estar emocional e psicológico”, declara Stephanie Seitz, pós graduada em sexologia e CEO da INTT, empresa de cosméticos e brinquedos íntimos no Brasil. Não é de hoje que sabemos que praticar sexo faz bem à saúde, mas a questão que mais se levanta atualmente está ligada ao prazer íntimo e ao fato de as pessoas conhecerem bem seus corpos, ritmo e prazeres. “Quando era mais jovem sentia vergonha porque minha família já estava no negócio de produtos eróticos e isso era um tabu naquela época. Hoje tenho orgulho porque aprendi que ter a sexualidade bem resolvida e praticada é essencial. Afirmo que nossa empresa ajuda as pessoas a se descobrirem, a terem autoestima elevada e salva os relacionamentos. É muito mais que um negócio”, conta.

O sexo auxilia no alívio do estresse, melhora o humor e reduz a ansiedade, além de ser uma forma de intimidade e expressão de afeto que induz ao bem-estar. “A saúde mental e a prática de sexo estão tão interligadas que uma depende da outra. Problemas como depressão e ansiedade podem afetar a prática sexual gerando falta de libido, disfunções eréteis, resultando também na falta de contato físico, que pode gerar sentimentos de solidão e isolamento. Sendo assim, o bem-estar sexual e a saúde mental devem ser cuidados de forma mútua e constantemente, com a mesma importância”, ensina a especialista.

De acordo com uma pesquisa recente intitulada “Love Life Satisfaction”, do Instituto Ipsos, 40% dos brasileiros afirmam estarem insatisfeitos com sua vida sexual e amorosa. Das 22 mil pessoas ouvidas em 32 países, quatro em cada dez brasileiros relataram problemas. O mesmo estudo apontou que a China é o país que mais está satisfeito no cenário dos relacionamentos, com 79% dos entrevistados afirmando que estão felizes quando o assunto é namorar. Ainda, o comportamento da sociedade em geral vem mudando, já que uma outra análise realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, aponta que pessoas com 60 anos ou mais tem ao menos uma relação sexual por semana, o que conflita com outro dado levantado pelo Instituto Karolinska, que fica na Suécia. Em um estudo cruzado com o Departamento de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, jovens de 18 a 24 anos são menos ativos sexualmente, sendo que 31% dos homens e 19% das mulheres entre 18 e 24 anos disseram não ter tido relações nos 12 meses anteriores à pesquisa.

A empresária afirma que o cenário vem mudando, e as mulheres estão redescobrindo o corpo e sensações. “Nós podemos explorar mais nossa sexualidade sem os julgamentos que tínhamos anos atrás. Hoje, com o empoderamento feminino e a igualdade de gênero, também no âmbito sexual foi permitido que as mulheres começassem a ter conhecimento do próprio corpo e do prazer mútuo. Ainda, é preciso ressaltar a evolução da indústria de acessórios, já que o mercado mudou muito em relação aos sex toys. Antes tínhamos muito produtos com formatos fálicos que inibiam o homem de se sentir confortável em trazer aquele brinquedo para relação. Atualmente temos diversas opções que permitem que ambos sintam prazer sem sentir que está com um oponente, desde brinquedos dedicados para casais até os que permitem controle por longa distância quebrando esse preconceito com os brinquedos sexuais”, exemplifica.

A CEO da empresa que tem sede no Brasil e na Europa e um portfólio de mais de 300 produtos que promovem o autoconhecimento, elenca oito dicas para que tenhamos uma vida sexual plena, que promova saúde mental e física, além de muito prazer (a gente agradece).

1 – Autoconhecimento: Antes de tudo, temos que saber sobre nosso corpo, nossos pontos de prazer e até onde vai nossos limites, isso é importante para que possamos ter um momento a dois mais prazeroso.

2 – Autocuidado: Ter uma rotina de cuidados especiais com a área íntima é muito importante, pois muitas vezes são regiões que acabam tendo menos dedicação nos cuidados diários.

3 – Comunicação: Muito importante para um prazer mútuo é ter uma conversa com sua parceria sobre seus desejos, suas limitações. Dessa forma é possível explorar mais seus momentos a dois.

4 – Experimentar coisas novas: Trazer brinquedos, novas posições, produtos para relação é uma forma de não cair na rotina e deixar sempre a chama da relação acessa.

5 – Autoestima: Nada melhor do que se sentir bem consigo mesmo(a) e conseguir demonstrar esse sentimento para sua parceria. Dessa forma é possível ter um momento de intimidade muito mais leve.

6 – Saúde sexual: A visita ao médico para cuidar da saúde sexual precisa fazer parte da sua vida, realizar exames regularmente e ter a consciente de uso de preservativos e outros métodos de proteção para prevenir possíveis doenças e gravidez indesejada.

7 – Higiene: Quando se trata de higiene não se limita apenas na limpeza do próprio corpo, mas também das roupas íntimas e brinquedos sexuais, manter tudo muito limpo é importante

8 – Saúde Mental: Para garantir uma vida sexual plena e saudável é necessário cuidar da mente. Ter momentos para relaxar, se dedicar aos seus hobbys e estar com quem você ama é fundamental.

Anotou? Praticou? Aprovou? Então, conta pra gente. Afinal, seu corpo e mente agradecem, já que a vida não anda fácil e é preciso cuidar do prazer em todos os sentidos, não é mesmo?