Worktech Swile anuncia investimento de R$ 500 mi para crescer no Brasil

A startup francesa de benefícios flexíveis Swile anunciou essa semana que pretende investir R$ 500 milhões na operação brasileira nos próximos três anos, com foco principalmente em crescer no País, atingindo um milhão de usuários nos próximos 12 meses. A maior parte desse orçamento, segundo Tiago Framesqui, diretor de engenharia da empresa, será aplicada em tecnologia.

Até o fim deste ano, espera a empresa, a equipe de tecnologia deverá sofrer aumento de mais de 60% no quadro de profissionais.

A empresa diz que no último ano triplicou de tamanho e dobrou o número de funcionários no País. A meta de novos usuários representaria um salto de 150% em comparação à base da companhia no início de 2023, quando contava com 400 mil usuários no Brasil.

“Como a Swile é uma worktech, a tecnologia é um pilar essencial para o nosso negócio. Com isso, de forma direta e indireta, a maior parte dos investimentos serão focados em tecnologia, pois o nosso objetivo visa a inovação e o avanço dos nossos produtos”, diz o diretor ao IT Forum. Segundo ele, serão três frentes de investimento: experiência dos clientes, principalmente na liberdade de administração dos benefícios; melhorias no aplicativo, para que seja mais intuitivo; e ferramentas internas para melhorar o atendimento.

Framesqui explica que ponto fundamental da estratégia de crescimento é aumentar a sinergia entre as equipes de tecnologia e de experiência do usuário, inclusive entre as bases operacionais no Brasil e na matriz francesa.

Unicórnio, centauro e fôlego

Framesqui explica que a Swile atingiu o startus de unicórnio – startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão – em outubro de 2021, e desde julho de 2022 é considerado um “centauro” (jargão para empresas que atingem mais de US$ 100 milhões em receita recorrente anual (ARR)). O investimento de R$ 500 milhões no Brasil viria de um “mix” composto por “financiamento externo, equity e auto financiamento”, e que a empresa “não tem planos de curto prazo de levantar mais capital”.

Segundo o executivo, o movimento é dado com segurança, mesmo com o ambiente francamente negativo para as startups, que sofreram consecutivas retrações de investimento no País. O banco francês BPCE é um dos acionistas da empresa, o que para Framesqui “garante robustez, segurança e estrutura de capital sólida”. E que nos próximos 12 meses, mesmo com a meta de crescimento ousada, a empresa não deve “perder o foco em eficiência”.

“O plano da Swile é elevar a capacidade de conversão dos times de negócio por meio de processos e ferramentas robustos, ao mesmo tempo em que aumenta a presença diante dos tomadores de decisão (RHs). Já para o fator escalabilidade, a companhia reforça sua atuação no mercado com um produto sólido e adaptado aos casos de uso dos clientes, com dependência mínima de suporte”, diz.

A empresa foi criada em 2018. Desenvolveu um “Super App” de benefícios para trabalhadores que inclui soluções como um cartão que promete experiência personalizada e unificada. Desde 2021 a empresa empreende um movimento de expansão global, começando pelo que ela chama de “maior mercado de benefícios do mundo” – isso mesmo, o Brasil, com a França em segundo lugar.

“Aqui estamos falando de um mercado que movimenta R$ 150 bilhões por ano e, com as novas regras trazidas pelo Decreto 10.854/21, o trabalhador é recolocado no centro e a inovação no setor é fomentada. As novas regras visam fortalecer a competição no mercado de benefícios, com vantagens para as empresas que contratam esses serviços, trabalhadores e estabelecimentos comerciais onde os benefícios são aceitos”, defende ele.

Framesqui diz que entre os cerca de 40 milhões de trabalhadores formais no País, apenas metade tem cartões de refeição e alimentação. E as três empresas que tradicionalmente dominam o mercado respondem por 85% deles, o que “tende a mudar com a entrada em vigor das novas regras trazidas pelo decreto”.

Atualmente, a empresa oferece sete categorias de benefícios: alimentação, refeição, mobilidade, educação, saúde, home office, e premiações/incentivos. Nos próximos meses, a empresa pretende ampliar a oferta de produtos e soluções locais, algumas já disponíveis no mercado francês.

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