Tarcísio de Freitas deve trazer maior protagonismo político a São Paulo, afirma Janaina Paschoal

A deputada estadual de São Paulo Janaina Paschoal (PRTB) concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 2, para falar sobre as expectativas sobre o novo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A parlamentar disse acreditar que o político de direita eleito com o apoio de Jair Bolsonaro (PL) vá dar maior protagonismo político ao Estado, aumentando sua relevância nacional diante de demais entes federativos. “Eu imagino que ele vá trazer maior protagonismo político para o nosso Estado. Eu vejo com bons olhos, porque São Paulo tem um papel econômico muito significativo em termos de geração de riqueza, de arrecadação de tributos, que são distribuídos para o país inteiro. Eu não vejo muito como mudar essa realidade, haja visto o papel de São Paulo. E eu sou uma defensora do Brasil como uma nação muito unida, então não seria a minha linha, mas um maior protagonismo para o Estado de São Paulo, eu entendo que é justo, é necessário e seria saudável para o país. Eu vislumbro na fala dele [do discurso de posse de Tarcísio] a busca de um reequilíbrio, não em termos de diminuir o papel econômico do Estado de São Paulo, mas em termos de aumentar a relevância política. Eu quero que São Paulo seja um voz mais ouvida. E diante da chegada da esquerda ao poder, essa chegada requer uma participação do Estado de São Paulo, em fato de termos eleito um governador eleito pela direita, uma direita mais inteligente, vamos dizer assim”, disse ela.

Janaina Paschoal elogiou o governador de São Paulo por suas habilidades e experiências políticas e disse não acreditar que ele vá radicalizar sua gestão, por ser diferente de Bolsonaro. “O agora governador Tarcísio é um homem muito habilidoso, uma pessoa que, apesar de ser um quadro técnico, tem uma vivência em vários governos. Ele trabalhou no governo Dilma, no governo Temer, no governo Bolsonaro. Ele sabe o tamanho do desafio que tem e entende o seu papel simbólico, na medida em que, no âmbito nacional, a esquerda ganhou, eu entendo que tem todo um simbolismo estando à frente do Estado de São Paulo, como o governador com maior representatividade da direita. Não creio que ele vá radicalizar, até porque não é o perfil dele. Mas ele vai compreender essa simbologia e vai trabalhar para que dê certo. E para dar certo tem que estabelecer o diálogo respeitoso com o governo federal, com os demais governadores, com os muito prefeitos do Estado de São Paulo independentemente dos partidos. Eu tenho uma expectativa muito positiva. A escolha do vice, a meu sentir, foi uma escolha muito correta também, porque o Felício tem histórico de boa gestão. São José dos Campos, embora com poucos recursos, mas uma cidade grande onde tem cidadãos muito exigentes. Estou com uma expectativa bem positiva. Vamos torcer”, pontuou.

“O Tarcísio é uma pessoa muito inteligente. E uma pessoa inteligente precisa observar o passado ou remoto recente, identificar os erros e buscar não repeti-los. Com todo respeito, eu sei que eu vou desagradar, o presidente Bolsonaro errou muito por esse radicalismo. Eu entendo firmemente que se ele não tivesse cometido tantos erros, o PT não teria voltado ao poder. O Tarcísio sabe que se ele seguir a linha Bolsonaro, que não é a dele, também tem uma questão de natureza de cada indivíduo, se ele seguir essa linha ele não vai conseguir ter sucesso em São Paulo, até porque esse não é o perfil do Estado, e, a depender de quais seja suas inspirações e planos, ele pode inviabilizar e até colaborar para uma permanência da esquerda no poder. Essa sinalização, essa abertura ao diálogo, me parece uma comprovação da inteligência de Tarcísio. Infelizmente, o radicalismo do bolsonarismo nos trouxe até aqui. Ontem, inclusive, o presidente Lula, em alguns momentos muito aguerrido com relação à figura de Bolsonaro, não necessariamente com os bolsonaristas, eu fiquei pensando ‘meu deus, porque ele tá assim, falando em revanche, com tanta raiva do Bolsonaro?’ A meu sentir, Bolsonaro elegeu Lula. Bolsonaro elegeu o Lula. Eu não entendo muito o porquê dessa animosidade”, disse a deputada.

Janaina Paschoal ainda citou a relação de Tarcísio com Gilberto Kassab (PSD) e disse que, por ora, está observando para tirar suas conclusões. “O papel do Kassab no governo ainda é algo que eu quero observar. Internamente, na Assembleia, existe uma leitura muito positiva do papel dele no governo. Muitas pessoas inclusive dizem que Kassab vai ser o ponto alto do governo de Tarcísio. Realmente tem tido uma receptividade muito boa. Eu quero observar um pouco mais porque é uma figura da política tradicional, que transita em todos os ambientes, independentemente de bandeiras. Então, eu quero observar um pouco mais para entender até onde vai esse papel, até onde o perfil Tarcísio vai preponderar”.