Taxas do cartão sobem após 6 anos

Crédito: Freepik

Após seis anos sem alterações, as taxas cobrada do varejista para aceitar cartão de débito ou de crédito voltaram a subir no Brasil. Os valores cobrados saltaram de 2,1% para 2,8% em operações realizadas no crédito e 1,3% para 1,6% no débito, as taxas maiores devem ser repassadas para o consumidor final e afetar lojistas de pequenas e médias empresas.

Os aumentos devem-se à recessão econômica vivida pelo Brasil e mundo nos últimos anos, casos como a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia contribuíram para o aumento da inflação ao redor do mundo, como tentativa de controlar as taxas são aumentadas.

“Quando acontecimentos como esses ocorrem aumenta os juros é a primeira ação tomada. O Brasil já vem desde o último governo tentando manter uma taxa de juros equilibrada, um dos motivos que talvez explica porque hoje apresentamos uma taxa menor que países da Europa e EUA, contudo as maquininhas também são parte dessa estratégia para conter a inflação. Assim,  o aumento das taxas era notável e acompanhava a política monetária nacional “, explicou Rogério Albuquerque,  head de marketing e produtos da Card.

Para os lojistas, especialmente e-commerces e pequenas e médias empresas, a mudança nas taxas do cartão não é boa. E-commerces, muitas vezes, possuem sua renda de compras efetuadas por cartões, modalidade que domina o mercado, já pequenos e médios lojistas não apresentam poder de barganha para absorver o aumento das taxas. Logo, estes devem aumentar seus preços e perder um pouco de competitividade no mercado. “Enquanto grandes varejistas podem absorver custos com barganhas entre produtores e companhias de maquininhas, os pequenos e médios deverão repassar o custo ao comprador final. Aquele que mais sentirá isso é a população, especialmente em lojas de bairro ou pequenos centros urbanos”, acrescenta  Rogério.

O aumento reflete até mesmo no mercado de fintechs, conhecido por taxas menores e estratégias agressivas de mercado. Por sua vez, as empresas buscam contornar este problema com ferramentas como o Pix que apresenta um custo menor que transações débito e crédito. “Com essas mudanças alternativas como o Pix tendem a crescer, assim promoções ou descontos especiais por pagamento Pix devem ser mais comuns em 2023”, acrescenta o head de marketing e produtos da Card. 

Com isso, o mercado de cartões, especialmente entre os usuários da classe C, D e E, deve perder espaço para o Pix. Para manter-se relevante, empresas que ofertam cartões devem apresentar melhores programas de pontuação, cashback e seguros. Já as classes mais abastadas, A e B, não devem mudar seus hábitos de consumo, uma vez que essas utilizam-se dos cartões para acessos em salas VIP de aeroportos e serviços exclusivos. “Com o Pix, Pix Troco, Pix Saque e Pix Programado, o mercado de cartões deve encolher nas classes menos abastadas. Por sua vez empresas já vem tomando iniciativas para garantir sua presença de mercado, a Card, por exemplo, acredita que com seu ecossistema e múltiplas opções deve conquistar o consumidor e garantir a permanência do lojista com sua maquininha”, finalizou Rogério Albuquerque

O post Taxas do cartão sobem após 6 anos apareceu primeiro em TeleSíntese.