Tensão entre China e Estados Unidos é crescente

Há uma semana, os EUA aprovaram U$ 345 milhões para investimento militar em Taiwan, o que de acordo com o jornal “Financial Times” inclui armas dos estoques norte-americanos pela primeira vez. A ideia é aumentar a defesa taiwanesa contra exercícios militares da China ao redor da ilha. Pequim reagiu e alertou o país de Biden para que não cruze “a linha vermelha” das relações entre as duas maiores economias do planeta. “Os Estados Unidos apoiarem a região de Taiwan interfere grosseiramente nos assuntos internos da China, subestima a soberania e os interesses de segurança chineses e ameaça gravemente a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan. A China se opõe a isso e apresentou representações severas junto dos EUA”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Sênior Tan Kefei.

A tensão entre a China e os Estados Unidos está crescendo desde agosto passado, há um ano, quando a então presidente da Câmara dos Estados Unidos Nancy Pelosi visitou Taiwan e iniciou um impasse diplomático entre Washington e Pequim. E por que é importante prestar atenção em Taiwan? Existem alguns motivos para isso:

  • O risco potencial de que EUA e China entrem em guerra por causa de Taiwan;
  • Os efeitos colaterais para a economia global e nas rotas marítimas na Ásia;
  • As consequências em tecnologias como semicondutores e chips, muito relevantes em Taiwan, com chance de interrupção na distribuição delas e efeitos na cadeia de suprimentos em diferentes países;
  • A possibilidade de novas sanções econômicas entre EUA e China;
  • Impactos em demanda por commodities (sejam elas energéticas ou agrícolas, por exemplo) se um conflito na Ásia se tornar realidade.

Lembrando que a China é um dos principais destinos das exportações do agronegócio, respondendo por  31,9% do total. Soja e carnes estão entre os itens mais comprados. O fato é que as tensões vão aumentando, uma hora com ações do lado da China, outra dos Estados Unidos. A ameaça em torno de Taiwan é uma construção que vem sendo feita há algum tempo, e o agronegócio brasileiro, setor mais internacionalizado da economia, sabe a importância de monitorá-la pelos efeitos em comércio e mercados que isso também pode gerar.