‘Tive que amadurecer muito cedo’, desabafa Adriane Galisteu ao recordar dramas familiares

Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu a apresentadora Adriane Galisteu. Em entrevista à Fabi Saad, ela contou sobre a sua relação com seus familiares e as dificuldades que enfrentou após a morte de seu pai. “Meu pai morreu quando eu tinha 15 anos, aí o dinheiro ficou ainda mais escasso. Meu pai era aposentado e fazia uns bicos, esse dinheiro fazia diferença para nós. Meu irmão na época estava doente, enfiava nas drogas até aqui e minha mãe cuidando dele. Quem tem um usuário sabe o que significa”, desabafou. Galisteu também detalhou a internação de seu irmão no início da carreira. “É sigiloso, é uma dor muito solitária, dependia da minha grana. Eu trabalhava e pagava as contas. Achava que no dia que tivesse dinheiro que sobrasse, eu não teria mais problemas. O dinheiro passou a ter o valor que ele tem na minha vida naquele instante [da internação]. Eu tinha 21 anos, tive que amadurecer muito cedo, mas por outro lado era super ingênua, ainda não tinha muita experiência. Tinha isso de sair para trabalhar, mas tinha uma ingenuidade clara”, acrescentou.

Há décadas na carreira de apresentadora, Galisteu refletiu sobre a sua trajetória e os momentos de crise. “Sempre falo das puxadas de tapete da vida, é diferente das puxadas de tapete de um amigo, de um colega, de uma decepção da vida amorosa, de vez em quando faz parte da nossa vida. Dói, mas até a página dois. Quando a vida te puxa o tapete, você percebe o seu tamanho. Nesse universo não somos nada, o quanto essa puxada vai te afetar depende única e exclusivamente de você dar a volta por cima”, explicou. “Eu não tinha nem tempo nem condições para ficar perdendo com coisas que não vão se resolver de uma hora para a outra. Acho que hoje em dia não tem ninguém com a vida ganha, está todo mundo querendo o seu espaço. Isso tem a ver com força interior, vontade de acontecer. Às vezes você tem a conta recheada mas você ainda não se descobriu profissionalmente, não se vê no seu trabalho e não se vê completa. As pessoas têm o hábito de colocar tudo na grana. Eu fui várias vezes para esse fundo do poço”, disse.

Adriane Galisteu ainda deu dicas para quem deseja se tornar famoso ou começar uma carreira artística. A primeira delas é ter a certeza de que você de fato tem amor pela profissão escolhida. “Se você não tiver amor ao que você faz, esquece. Se você estiver indo para ficar famoso, o melhor caminho talvez seja um reality show, ou então causar de alguma maneira. Se for só pela fama, é muito difícil conseguir o que você sonha. Sucesso, fama e reconhecimento, tudo isso é consequência do trabalho”, argumentou. “Eu infernizava, o grande barato era entrevistar bonecos, vizinhos e familiares. Sempre tive certeza e não sei nem explicar como. Eu olhava a televisão e dizia ‘É aí que eu quero estar’. Fui trilhar outros caminhos para chegar onde eu sonhava, demorou muito até, mas já fui ligando com essas situações bem cedo. Foi minha história e meu aprendizado. Comecei muito cedo, tomei muitos nãos e tomo até hoje. O que eu tomo de invertida faz parte. Tem a ver com resiliência”, observou.

Como filme, a apresentadora apresentou o clássico italiano “Mediterrâneo”, lançado nos anos 90. “Gosto muito, é antigo mas fala sobre amizade. É divertido e eu gosto, marcou minha vida pela representação da amizade, o que significa um amigo do peito”, explicou. Ela ainda contou suas percepções sobre o Oscar deste ano e disse não ter gostado do vencedor, “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”. Como livro, Galisteu indicou a obra “Mulheres que correm com lobos”. Escrito por Clarissa Pinkola Estés, ele é considerado um clássico da literatura para mulheres.

Confira na íntegra a entrevista com Adriane Galisteu: