Klabin: torre florestal faz controle on-line do transporte de madeira

Odercio Claro, diretor de TI da Klabin

Uma central de controle florestal, conectada por satélite e outras tecnologias, deu mais agilidade ao processo produtivo de celulose e papel da gigante brasileira Klabin. O sistema foi implementado pela área de TI para mostrar em tempo real todas as etapas do corte e transporte de madeira até chegar aos pátios das fábricas.  

Batizado de Torre de Controle Florestal, o projeto começou a ser implementado em 2021, desenhado a quatro mãos pelos times de negócios e TI. “Eliminamos a parada no abastecimento da fábrica, bem como o gargalo de caminhões para descarregamento de madeira”, informa Odercio Claro, diretor de TI da Klabin.  

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“Precisamos saber para onde mandar os caminhões para buscar a madeira na floresta e planejar as entregas para abastecer as fábricas de papel e celulose”, relata o CIO, que se destacou com esse projeto e conquistou o prêmio Executivo de TI do ano 2023, na categoria “Indústria química, petroquímica, óleo, gás, plásticos, borracha, papel e celulose”.      

O novo sistema atende inicialmente duas fábricas da Klabin no Paraná, localizadas nos municípios de Ortigueira e Telêmaco Borba. A próxima etapa prevê expansão do projeto para Santa Catarina, onde a indústria conta com três unidades de produção.  

“A Torre de Controle Florestal já rastreia uma frota de aproximadamente 700 caminhões, que fazem mais de 340 viagens por dia e transportam 13,3 mil toneladas de madeira”, informa o CIO. Os veículos são terceirizados, mas a Klabin acompanha pela central de monitoramento onde eles estão, o tipo de madeira que carregando (pinus ou eucalipto) e a previsão de chegada da carga.  

Barreiras de implementação 

Quando foi contratado pela Klabin, em setembro de 2022, Claro pegou o projeto “Torre de Controle Florestal” em andamento. Durante a implementação, lidou com desafios como a dificuldade para levar conectividade para as florestas, onde a companhia cultiva pinus e eucaliptos.    

As áreas de plantio ficam a uma distância de 50 a 180 quilômetros das fábricas. A extração de madeira é feita por grandes máquinas operadas por profissionais. Depois de cortado, o material é empilhado e transportado por caminhões até as fábricas.  

Como as plantações estão em locais isolados, não havia cobertura das redes de telecomunicações para conectar rádios nem os tablets instalados nas máquinas de corte das madeiras. A solução encontrada pela Klabin para levar acesso à internet para o campo foi a contratação da Starlink, serviço de comunicação por satélite de baixa órbita do empresário Elon Musk. 

Além de ter informações em tempo real sobre a extração da madeira e planejamento da logística de entrega, a torre de controle ajuda os técnicos quando as máquinas quebram. Os técnicos dos equipamentos, então, utilizam o Google Glass, que se conecta com a área de manutenção e por meio de videoconferência recebem orientação para a corrigir problemas a distância, evitando deslocamento de um especialista até o local.   

Experiência para a carreira 

Com 32 anos de experiência em TI, passou por grandes indústrias antes de chegar à Klabin. Graduado em Matemática com ênfase em Processamento de Dados, ingressou no setor estagiando na Mercedes-Benz. Depois passou pela Volkswagen, T-Systems, EDS, Braskem e Yara Internacional.  

Ao longo da sua jornada profissional, o CIO percebeu que o maior obstáculo para o sucesso dos projetos de sua área não é a tecnologia, apesar das evoluções constantes. “O maior deles é a gestão de pessoas. É muito complexo manter um time motivado e com todas as habilidades técnicas e emocionais”, comenta. 

Ao avaliar a importância do prêmio Executivo de TI do ano de 2023, Claro ressalta que o projeto “Torre de Controle Florestal” não foi uma implementação do CIO, mas sim de uma equipe. “É um reconhecimento de que o trabalho da TI da Klabin traz inovação e gera resultado para os negócios”, comemora o executivo.

*Texto originalmente publicado na 29ª edição da Revista IT Forum, disponível aqui.

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