Zico defende Gabigol por festa após eliminação do Flamengo e revela qual foi seu maior salário na carreira

Zico foi o convidado de honra do programa “Pânico”, do Grupo Jovem Pan, desta segunda-feira, 4. Sem fugir das perguntas, o Galinho de Quintino respondeu sobre diversos assuntos espinhosos, como a polêmica festa do atacante Gabriel Barbosa após a eliminação do Flamengo na Copa Libertadores da América. Tratado como maior ídolo do Rubro-Negro, o ex-jogador defendeu Gabigol, afirmando que o craque tem direito de comemorar seu aniversário. “Qualquer jogador tem todo direito de comemorar seu aniversário. Sabe por quê? Eu já fui técnico e aconteceu uma situação parecida com um jogador brasileiro. Ele comemorou a festa e não chegou no treino bem. Eu falei: ‘Dorme aí e acorda sábado para jogar’. No dia da partida, ele não jogou nada e nós perdemos. Depois, ele saiu do time e pronto. Você toma decisões. O Gabigol tem direito de fazer o que ele quiser. Agora, em 2019, nós tivemos várias festas e jantares… Ninguém falava nada porque estava ganhando. Se é para cobrar, tem que cobrar no campo, no treino. Quem tem que fazer isso é a diretoria e a comissão técnica”, disparou.

Ao longo do programa, Zico também recordou alguns momentos da carreira, como quando trocou o Flamengo pela Udinese. De acordo com o Galinho de Quintino, foi na equipe italiana que ele ganhou seu maior salário.”Quando eu fui para a Itália, meu salário era de 700 mil dólares por ano. Isso foi em 1983. Não acho que nasci na época errada, de maneira nenhuma. Eu vivo bem para burro e estou feliz. Não sei nem o que faria com todo esse dinheiro”, declarou. “Eu não queria ir para a Itália, gostaria de ficar no Flamengo. Só saí porque, na época, tinha a Lei do Passe. O jogador só podia deixar o clube com mais de 32 anos ou depois de dez anos no time. Então, quando terminou meu contrato com 30 anos, eu poderia assinar por mais duas temporadas. Nesse caso, eu poderia deixar o Flamengo de graça, sem dar um centavo para o clube. Então, eles me venderam por causa disso”, continuou.

Outros trechos da entrevista:

Não ganhar uma Copa do Mundo

O bom é que nós estamos bem acompanhados nessa lista… Tem Cruyff, Di Stéfano, Puskás. Tem toda a seleção de 1982, como Magrão (Sócrates) e toda a turma. Isso é muito relativo. Claro que nós lutamos muito para ter a Copa, mas quem está lá em cima não quis. Nós ganhamos outras coisas… Temos que saber conviver com vitórias e derrotas. Eu não deixo de dormir por causa disso. Isso não vai mudar nada na minha vida. Não vou me preocupar o que pensam e o que não pensam.

Maior inspiração no futebol

Tenho dois irmão… O Edu e o Antunes. Conheci todos os campos do Rio de Janeiro graças a eles. É claro que nós tínhamos o Dida como referência. Ele era o camisa 10 do Flamengo… Então, tínhamos um carinho muito grande. Mas as minhas grandes referências foram os meus irmãos.

Sucesso no futebol japonês

Eu fui participar de uma partida de 20 anos do Kosmos… E todo aquele plantel só tinha dois americanos. Então, o futebol nos EUA era para os hispânicos. No Japão foi diferente… Só dois estrangeiros jogavam em cada time. Então, quando eu fui para lá, a ideia era criar ídolos japoneses. Quando eu cheguei lá, o número de pessoas jogando futebol era muito pequeno. Quando eu saí, o número era de 6 milhões de jovens praticando. Depois foi muita gente boa lá para também. A minha ida para lá, numa cidade pequena, tomou uma dimensão muito grande. Até hoje o Kashima é o maior time de lá. Eles são muito gratos por isso. O esquema da Arábia Saudita é parecido com o dos Estados Unidos… São sete ou oito estrangeiros por time. Aí o árabe não joga! A seleção não ganha com isso também. Aconteceu o mesmo na China, que não conseguiu participar da Copa do Mundo porque passou vergonha nas Eliminatórias. Isso depois de contratar vários jogadores bons.

Técnico da seleção brasileira

Não precisa ser estrangeiro… Tem técnico brasileiro bom também. O que não pode é: Fazer diferença do jogador que está aqui ou do que está na Europa. Isso é um problema. Você não pode ter uma seleção brasileira com 26 jogadores, sendo três apenas que atuam no Brasil. E todos eram reservas!