Alimentação à base de plantas pode reduzir riscos de doenças

Um estudo abrangendo 37 pesquisas, divulgado na revista BMC Medicine, ressalta as vantagens para a saúde ao substituir certos alimentos de origem animal por alternativas à base de plantas. Esta pesquisa se concentra em uma gama de impactos na saúde associados a essa transição alimentar, fornecendo insights valiosos sobre os benefícios de uma dieta predominantemente baseada em plantas. Confira!

Redução de doenças cardíacas e diabetes tipo 2

De acordo com a médica Lorena Balestra, a pesquisa mostra que trocar 50 g de carne processada diariamente por legumes resulta em uma redução de 23% na incidência geral de doenças cardíacas. Além disso, a troca contribui para uma diminuição de 22% na incidência de diabetes tipo 2.

A revisão também destaca que substituir a manteiga por azeite e ovos por nozes está associado a um menor risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doença cardíaca. No entanto, outras substituições, como produtos lácteos, peixe, frutos do mar ou aves, não apresentam uma associação clara com uma menor incidência de doenças cardíacas.

Nos estudos mais recentes, a eficácia de uma alimentação à base de plantas ganha ainda mais confiança Imagem: Megan Betteridge | Shutterstock

Estimativas confiáveis

Embora as descobertas reforcem pesquisas anteriores sobre os benefícios das dietas à base de plantas, a revisão ressalta a consistência dos resultados, proporcionando um alto nível de confiança nas estimativas de efeito. 

O estudo também levanta questões sobre o possível papel de um estilo de vida saudável entre aqueles que preferem alimentos à base de plantas, embora ajustes para fatores como exercício, tabagismo e hábitos alimentares tenham sido considerados.

Alimentos de qualidade

A médica Lorena destaca que é importante notar que a troca direta de produtos à base de animais por produtos à base de plantas não garante automaticamente uma dieta saudável.

“A qualidade da troca é crucial, por isso é necessário considerar a diversidade e necessidade alimentar. Por exemplo, não é inteligente trocar carne por alimentos como carboidratos. Muitos deixam de comer carne e começam a comer muita massa. O ideal é trocar fontes de proteínas por outras fontes de proteínas, só que vegetais”, acrescenta a profissional.

É importante ressaltar que toda mudança alimentar deve ser acompanhada por uma profissional de saúde especializado. Além disso, a prática de atividades físicas e hábitos saudáveis são importantes para a saúde geral. A médica Lorena Balestra destaca que tornar-se vegetariano ou vegano requer um planejamento cuidadoso para garantir a ingestão adequada de ferro, proteínas e vitamina B12.

Lorena Balestra

Médica pós-graduada em Nutrologia e Endocrinologia. Em 2013, fez um workshop de Biologia Molecular na Michigan State University, em Michigan. Pesquisadora no CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito.