Brasil sai na frente na oferta de chatbots para mercado local

Os fornecedores brasileiros de plataformas de inteligência artificial de conversação, assim como de digitalização de processos, estão a frente de competidores de outros países, segundo novo estudo realizado pelo ISG Provider Lens Intelligent Automation e TGT Consult. De acordo com o levantamento, essa relativa liderança é justificada por iniciativas eletrônicas do governo e investimentos dos setores financeiro, varejo e saúde.

O País também sai na frente com plataformas nacionais de automação inteligente, uma vez que elas se diferenciam por criar soluções voltadas para a realidade local.

“O Brasil tem uma dinâmica de legislação tributária própria que é muito complicada quando comparamos com outros países. As empresas gastam um tempo considerável mapeando informações e alterando parâmetros de sistemas para não serem penalizadas”, explica David de Paulo Pereira, analista líder da TGT Consult/ISG e autor dos estudos.

Segundo ele, isso representa, ao mesmo tempo, um grande desafio para os fornecedores de serviço e uma grande oportunidade de utilizar serviços e produtos de automação inteligente para garantir conformidade e otimização de tempo, automatizando atividades rotineiras de checagem em relação às mudanças na legislação que consomem tempo.

No Brasil, os chatbots ganharam particular popularidade entre os negócios, uma experiência que também antecipa outras iniciativas de automação. “Temos aqui o uso de chatbots em quase todas as redes de varejo, atendimento médico e até mesmo no serviço público. Essas tecnologias funcionam bem no país e são um grande diferencial para as organizações”, acrescenta Pereira.

O relatório revela que, nos últimos anos, foi possível observar uma revolução na automação de produtos, serviços, funções de TI, processos de negócios e interações entre consumidores e funcionários que se baseia em uma vasta gama de tecnologias, principalmente aprendizado de máquina, mas também IA em geral, visão computacional, reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural (NLP), dispositivos e sensores da IoT e automação de processos robóticos (RPA).

No entanto, em outros aspectos, como no caso de Descoberta e Mineração de Processos (Process Discovery and Mining), o Brasil ainda é iniciante no assunto. De acordo com o analista, o Brasil ainda está na fase inicial de automação de processos com uso de robôs (RPAs). Em contrapartida, o relatório aponta que o Brasil se encontra no mesmo patamar em relação a serviços e soluções que compreendem os temas de automação empresarial inteligente, inteligência artificial para operações de TI (AIOps) e automação de próxima geração (Next-Gen).

“Tanto as empresas locais, quanto as multinacionais com presença no Brasil, estão fazendo um ótimo trabalho e evoluindo na mesma velocidade que as operações de outros países”, relata David.

Outro destaque do estudo é o uso cada vez mais intensivo de inteligência artificial e suas ramificações, como machine learning e deep learning. “Em todos os quadrantes vemos usos muito bem estruturados de IA, que vão desde o reconhecimento de padrões de documentos, identificação de processos feitos por computadores e seres humanos, até o reconhecimento de voz e linguagem natural para resolver as mais diversas situações”, declara o autor.