CEOs globais se sentem pressionados por riscos geopolíticos, diz KPMG

CEOs globais

Os CEOs globais estão cada vez mais preocupados com a influência da geopolítica e a incerteza política no crescimento dos negócios, revelou a KPMG em novo relatório. De acordo com a consultoria, esses fatores não foram considerados os mais importantes anteriormente, mas, na comparação com o ano passado, houve uma mudança significativa na visão dos CEOs globais sobre o assunto.

Os demais riscos para esses executivos incluem questões operacionais; tecnologias emergentes e disruptivas; cadeias de suprimentos; preocupações regulatórias; mudanças ambientais e climáticas; taxas de juros; segurança cibernética; risco reputacional; e escassez de talentos. O estudo “CEO Outlook 2023” ouviu 1.325 CEOs das maiores empresas do mundo.

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“Os CEOs estão enfrentando múltiplos desafios, mas a maioria continua confiante em relação às perspectivas econômicas globais. Os riscos atuais estão obrigando os líderes a reavaliarem prioridades estratégicas e demonstrarem ainda mais resiliência ao lidarem com questões geopolíticas. Isso também está impactando a confiança deles no crescimento de suas empresas. Diante disso, o sucesso será determinado mediante um foco incessante no planejamento estratégico e no compromisso de longo prazo com o futuro dos negócios. Eles também sabem que este é o melhor momento para contribuírem com um planeta mais equitativo e sustentável”, afirma Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Já quando questionados sobre a agenda ESG, mais da metade (68%) deles indicam que seu atual progresso em relação aos fatores ESG não é forte o suficiente para resistir ao potencial exame minucioso de stakeholders e acionistas. Os CEOs, entretanto, afirmam que continuam priorizando a agenda ESG e reconhecem que aspectos ambientais, sociais e de governança seguem relevantes para operações e estratégias corporativas, com 69% dos respondentes dizendo que incorporaram fatores ESG às suas empresas como forma de geração de valor.

Em função das mudanças climáticas, os líderes disseram que estão preparados para tomar decisões éticas que garantam que suas empresas desempenhem um papel positivo na transição para operações mais sustentáveis. Ainda assim, eles acreditam que os fatores ESG só terão maior impacto nos próximos três anos com clientes, na reputação da marca e nas estratégias de fusões e aquisições.

CEOs globais: IA como prioridade

A pesquisa da KPMG evidenciou que os respondentes continuam investindo fortemente em IA generativa. Mais da metade deles (70%) concordam que o tema continua sendo prioridade, com 52% esperando ver retorno sobre esses investimentos em três a cinco anos. Apesar disso, citaram desafios éticos (57%) como a principal preocupação da sua implementação. O custo para isso foi classificado em segundo lugar (55%) e a falta de regulamentações e competências técnicas ficou em terceiro (50%). Outro dado é que, apesar de a IA poder ajudar a detectar ataques cibernéticos, 82% acreditam que ela também poderá trazer perigos ao fornecer aos adversários novas estratégias de ataques.

“A IA generativa está sendo cada vez mais debatida entre executivos e membros de conselhos de administração. Eles querem entender melhor o potencial e como implementar essa tecnologia em suas estratégias de negócios. Contudo, o desafio é investir de forma assertiva para explorar as oportunidades da melhor forma. É essencial que os CEOs liderem essa agenda e garantam que suas equipes desenvolvam estruturas robustas de IA como forma de agregar valor para suas empresas e a sociedade”, complementa Charles Krieck.

Maior pressão externa

Os CEOs também entendem que suas funções continuam sendo cada vez mais influenciadas pela pressão dos investidores, com 64% deles acreditando que, à medida que a confiança em algumas instituições diminui, a sociedade espera que as empresas preencham esse vazio.

A discussão sobre o trabalho híbrido e o retorno aos escritórios persiste. Mais da metade (64%) deles preveem um retorno total ao trabalho interno nos próximos três anos. Ao mesmo tempo, 87% demonstram a probabilidade de criar um vínculo entre oportunidades de recompensa e promoção financeira com o retorno aos escritórios.

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