Deputado Junio Amaral promete ‘força significativa’ para obstrução da PEC ‘fura-teto’ na Câmara

Apesar de ainda não ter data definida para apreciação, a expectativa é de que a PEC da Transição, que pretende furar o teto de gastos em cerca de R$ 168 bilhões de reais para cumprir promessas de campanha de Lula (PT), seja analisada pela Câmara dos Deputados ainda nesta semana. Para falar sobre as movimentações das bancadas a respeito da aprovação da PEC, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Junio Amaral (PL), que se articula para obstruir a votação da proposta: “Não dá para a gente prever. No meio político, tudo é possível. Há também esses rumores de que estariam aguardando uma posição do STF com relação ás emendas de relator (…) É muito difícil a gente fazer qualquer tipo de previsão. O que eu posso te garantir é que haverá uma força significativa, não sei em relação aos números, não dá para se ter essa dimensão. Mas, eu arrisco dizer que pelo menos 80 parlamentares estão empenhados em fazer a devida obstrução e impedir que essa afronta aconteça contra o povo brasileiro”.

“Não me parece que o desejo da Câmara, no sentido dos ‘cabeças’, seja o de obstruir. O que me parece aqui é que, na maior parte dessas pessoas que dialogam diretamente com esse governo que está para entrar, a intenção é exatamente aprová-la. Existem inúmeros deputados que, assim como eu, estão lutando contra e um grupo que está se organizando para a gente impedir e, na pior das hipóteses, conseguir um texto melhor. Não é o meu caso, eu vou votar contra com relação a qualquer estouro (…) Deputado que foi eleito pregando liberdade, contenção dos gastos públicos e responsabilidade, se ele votar à favor dessa PEC, ele vai estar dando a principal sinalização ao seu eleitor de que ele é um traidor”, criticou.

Para o parlamentar, o governo eleito quer “destruir o Brasil” e estaria preocupado apenas com seu “próprio projeto de poder: “Esse estouro que está para acontecer, caso essa PEC seja aprovada, é de difícil dimensão o que vai acontecer com a economia do país. É uma grande irresponsabilidade, para não dizer um crime contra a nação”. Junio Amaral também falou sobre as manifestações que ocorreram em frente à sede da Polícia Federal na noite desta segunda-feira, 12, e que envolveram depredações e ateamento de fogo em carros e ônibus: “Sou Policial de Minas Gerais, atuei na linha de frente por quase 12 anos e estive também trabalhando nas manifestações de 2013, e como são semelhantes os atos. O que mais me preocupa é como a grande mídia, pelo menos uma parte dela, já se preocupou. Mesmo sem nem a Polícia saber exatamente o que aconteceu e quem são essas pessoas, a grande mídia já rotulou esses manifestantes e esses vândalos como bolsonaristas. É impressionante a irresponsabilidade dessa turma”.

“A gente não pode deixar de apontar o que está acontecendo no Brasil, que é a verdadeira afronta à democracia, que são essas decisões autoritárias realizadas por quem tem a caneta na mão. Esses atos de ontem devem ser apurados e, até lá, não é possível a gente deixar nenhuma opinião ou definição sem a gente saber o que realmente aconteceu e quem são esses nomes. Do meu ponto de vista, é muito suspeita a ação. Eu não me recordo, em nenhuma das manifestações que participei até hoje à direita, de uma pessoa sequer que tivesse domínios de terrorismo e vandalismo como algumas pessoas apresentaram ontem”, argumentou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.