EXCLUSIVO: Monetização, segurança e dados são os pilares dos carros conectados

Michael Haynes, principal líder em engajamento de clientes e indústria global de telecomunicações da IBM

Falar sobre carros conectados pode parecer futurismo, mas é real. Se um carro está transmitindo dados para reproduzir música, ele é um carro conectado. Ou se alguém estaciona o carro e carrega informações sobre ele, é um carro conectado. De acordo com Michael Haynes, principal líder em engajamento de clientes e indústria global de telecomunicações da IBM, existem apenas diferentes níveis.

Em uma entrevista exclusiva para o IT Forum, o executivo explica que, em qualquer setor, especialmente no automotivo, as coisas começam muito devagar no início, até que seja possível começar a monetizar. Agora, está ficando um pouco mais aprimorado pelo que está sendo feito do ponto de vista da rede.

Existem diferentes tipos de conexões: veículo para veículo e veículo para tudo. Carros estão se comunicando entre si, e a pessoa pode não saber. Por exemplo, alguém está dirigindo e o carro tem uma câmera. Se houver um acidente, essa câmera registra o acidente e se comunica com outros carros para evitar essa área.

“A direção autônoma é outra coisa. A indústria concorda que existem seis níveis de direção autônoma. A maioria das empresas está no nível dois. O que vemos é que está progredindo muito devagar”, diz ele.

Perguntei se ele acredita que a direção autônoma vai avançar mais rapidamente. “Fiz um pouco de pesquisa. Passamos do nada até chegar ao final do século XX com todos esses ótimos veículos. E agora estamos no século XXI inserindo os dados nos carros. Portanto, os veículos passaram pelos anos 10, 20, 30, 40 e 50 e acredito que vamos avançar. Eu diria que, como qualquer coisa, assim que pudermos monetizá-los, estará em andamento. Assim que as pessoas puderem pagar por isso.”

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No entanto, como em outras tecnologias, existem muitos riscos. Um deles são os SIM cards nos carros. “O que vejo mudando nos próximos anos é que o mercado acredita que as pessoas terão credenciais em seus carros. Portanto, se alguém roubar o veículo, talvez possa acessar sua conta bancária”, alerta Haynes.

Essa discussão está relacionada à maior questão de nossa linha do tempo: ‘quem é o dono do carro? Quem conduz qualquer pessoa?’. “Como o carro sabe que é você, de fato? Nosso lema é ‘quando falamos de carros conectados, é necessário ter dados e eles têm que ser seguros, senão você nunca confiará”, comenta.

“Sempre imaginamos o pior cenário quando se trata de segurança. Por exemplo, trocas de óleo. Seu carro diz ‘preciso trocar o óleo’. Você o leva à oficina para trocar o óleo. O que acontece se uma empresa conseguir invadir e manipular seus dados para dizer que você precisa trocar o óleo?”, ele complementa.

Por outro lado, Haynes acredita que as empresas estão procurando esses tipos de problemas. Segundo ele, antes que uma empresa monetize qualquer coisa, é necessário garantir que seja seguro.

No entanto, os dados podem ser usados para o bem. Um dos pontos é a sustentabilidade. Outra coisa que as empresas poderiam fazer é começar a entender os comportamentos de direção em longos períodos. O executivo da IBM especula que isso ajudará a reduzir o tráfego.

“E se você pudesse dizer a alguém ‘vou ajudar você a economizar uma hora no seu trajeto’. Quero dizer, é o seu bem-estar pessoal. Acho que, do lado altruístico, isso vai ajudar os consumidores e as pessoas que fornecem serviços a oferecerem melhores serviços. Talvez agora seja possível monitorar a saúde de alguém enquanto está dirigindo”, ele considera.

Finalmente, Haynes acredita que, mesmo em países como o Brasil, haverá uma cooperação entre provedores de telecomunicações em nuvem, grandes fornecedores de tecnologia e empresas automobilísticas para melhorar esse mercado. “O mercado brasileiro é enorme. Parece que todo mundo tem pelo menos um carro. É necessário ser capaz de levar isso de volta às empresas automobilísticas. É o que queremos. É um pouco de tudo, mas primeiro você precisa ter a rede.”

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